terça-feira, 23 de maio de 2017

"O Jornalismo Pós-Trump"

O texto de Daniela Pinheiro, para a revista Piauí, mostra como a vitória de Donald Trump, nas eleições americanas de 2016, foi influenciada e recebida pela mídia. A maior parte dos jornais americanos ficaram a favor da candidata Hillary Clinton e acabaram por subestimar o candidato republicano. De acordo com o texto, o jornal The Washington Post foi o único a tratar Trump como um candidato em potencial.

Grande parte da mídia, principalmente a televisiva, tratou Trump como um personagem cômico. Quase todos os finais de semana, o ator Alec Baldwin aparecia no programa Saturday Night Live fazendo imitações do futuro presidente. O tempo exposto era grande e isso ajudou ao candidato a ganhar seguidores. Além disso, estamos em uma época em que as redes sociais são a maior ferramenta de compartilhamento de informações.

O texto de Daniela é muito interessante por mostrar o lado em que os jornais se enganaram em relação a Trump. Como citado no texto: "a imprensa está sempre atrás de uma boa história e quanto mais sensacionalista, melhor. Se você for um pouco diferente ou um pouco ofensivo, ou se você fizer coisas meio audaciosas ou polêmicas, eles vão escrever sobre você". É um certo alerta para os jornalistas de como tratar as notícias, principalmente as que envolvem política, devendo dar a todos os candidatos o mesmo tempo e espaço.


Camila Pires

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Equitação para os pequenos: um aprendizado para a vida.

O hipismo exige de seus praticantes (cavaleiros e amazonas) muito controle e disciplina, para que possam trabalhar suas técnicas de montaria. É nesse desenvolvimento básico que a equipe do Clube do Pônei da Escola de Equitação da Sociedade Hípica Porto Alegrense (SHPA) têm seu foco. A Escola trabalha com crianças até seis anos. 
Thomas William e o aluno Mariano, em uma atividade que
proporciona equilíbrio e coordenação motora*
Para o instrutor Thomas William - responsável pelo trabalho com os pôneis - essa etapa exige muita cautela, pois a maioria dos alunos nunca tiveram contato com o animal. "Essa iniciação, não só na equitação, mas em tudo na vida, é de extrema importância, porque se você iniciar errado, provavelmente vai terminar errado, e aí terá de fazer o dobro de esforço pra tentar corrigir mais à frente." Começar da maneira correta, é mais vantajoso e produtivo, tanto para o aluno como para o instrutor. É importante considerar as dificuldades e censuras que as crianças têm ao natural, as quais podem se  converter em traumas posteriormente. Um dos métodos desenvolvidos pelo profissional para que ocorra essa primeira aproximação é a solicitação de ajuda. "Às vezes a criança quer contato, mas não sabe ainda qual a melhor maneira de se aproximar. Eu me aproximo do pônei e peço a ajuda dela para, por exemplo, fazer carinho ou puxar o animal. Assim ela vai adquirindo segurança. É da natureza do ser humano querer ajudar os outros, e uma das suas maiores conquistas é o prazer de se sentir importante em diversas situações. Com base nisso, eu desenvolvi esse método", explica ele.
Da esq. p/ dir: Luisa, Eloisa, Isadora, Arthur e Alfredo*

 Incentivados pela madrinha e também pela necessidade de aprender a montar corretamente, já que convivem com cavalos semanalmente, os pais de trigêmeos Eloisa e Alfredo Slawski matricularam seus filhos no Clube do Pônei. A mãe conta que, desde o início das aulas, percebeu que seus filhos, Isadora, Luisa e Arthur, de quatro anos, vêm se mostrando mais desinibidos e sociáveis. "As crianças ficam cada dia mais eufóricas e participativas em relação às aulas, desde a preparação para a saída de casa como no próprio horário de aula", afirma. Para a família Slawski, a equitação é vista como "um esporte que proporciona desenvolvimento de força, equilíbrio, segurança e autoconfiança, além de ensinar os cuidados e respeito para com os animais."
Já para Raquel Ourique Cairoli e seu marido, Eduardo Tellechea Cairoli, a procura pela equitação foi motivada por uma forte tradição familiar: Antonio Cairoli, filho do casal, com quatro anos de idade, já compõe a quarta geração de cavaleiros. Para ela, além de ser uma forma de se conectar com suas raízes, o esporte - especialmente a equitação - ensina diversos conceitos fundamentais para o desenvolvimento da criança, como a disciplina e a capacidade de lidar com frustrações, além de adquirir confiança em si, na equipe e no animal.
Raquel e Antonio Cairoli*
O uso de pôneis para aulas com crianças de zero a seis anos é proposital, principalmente devido a seu tamanho. Isso evita quedas mais graves e aumenta a proximidade da criança com o animal - por ser proporcional a ela. O diferencial das aulas em comparação às de jovens e adultos, é principalmente o tom lúdico, que proporciona um ensino da equitação de uma maneira descontraída. "Se formos tentar ensinar a pura equitação para crianças dessa idade, duas coisas vão acontecer: elas vão odiar a aula e não vão entender nada. A solução é passar a técnica como desafios, incentivando o aluno a executar o que foi pedido e fazendo-o acreditar que é apenas uma brincadeira, de maneira que prenda sua atenção e interesse." - acrescenta o instrutor. Durante as aulas, são utilizados, dentre outros objetos, bambolês e bolas infláveis, a partir dos quais as crianças adquirem equilíbrio e interagem com o animal. A ideia, de acordo com o profissional, é fazer com que o aluno se acostume com os movimentos do pônei, a estar em cima dele, sem que seja forçado a isso.
Thomas comenta que a equitação vai muito além um esporte e que serve como desenvolvimento pessoal. "Isso na vida de uma criança é crucial, pois é o momento de formação do caráter e da personalidade. E a equitação tem todo um envolvimento, uma paixão, que vai desde respeito a responsabilidade, gratidão. São diversas as sensações que são experimentadas, desde prazer e alegria à tristeza e raiva. Todo dia é um desafio, um trabalho diferente. É aprender que além de lidar com o nosso temperamento, temos que lidar com o do animal e nisso você acaba expondo o seu íntimo, o seu interior". Nesse momento, ocorre uma aproximação do instrutor com o aluno - o profissional definirá o próximo passo.  "Para mim, não tem prazer maior do que saber que você está tendo uma fatia da personalidade de alguém, que este está se desenvolvendo a partir de ti. E essa sensação, de estar contribuindo pra vida de uma pessoa, não tem preço", conclui.
Thomas e aluna em um dos exercícios de equilíbrio durante
a aula*

A equitação é um dos poucos esportes em que se pode começar a praticar com qualquer idade, mas quanto mais cedo, melhor. Além disso, não há distinção de idade ou gênero: homens e mulheres, com as mais variadas idades, competem na mesma categoria. De acordo com o instrutor, as aulas de equitação ajudam na postura, na coordenação motora, aumentam a rapidez dos reflexos, desenvolvem a orientação espaço-temporal e colaboram para o aspecto biopsicossocial. Ao desenrolar do tempo, as crianças criam segurança e, na maioria dos casos, gosto pela prática. Muitas acabam por participar de competições onde aprendem a lidar com a pressão e desempenham o espírito esportivo.
O Clube do Pônei da Escola de Equitação da SHPA se localiza nas dependências da própria Hípica, estando em funcionamento de terças à domingos.

* Todas as fotos são originais, de autoria de Valentina Rodrigues

Por Valentina Rodrigues e Camila Pires