domingo, 2 de julho de 2017

Resenha "Nova cultura visual: Netflix e a mudança no processo de produção, distribuição e consumo do audiovisual"



Ao longo dos anos, os filmes evoluíram tanto em qualidade de som e imagem quanto aos veículos em que são transmitidos. Nos dias de hoje, com a internet cada vez mais encrostada na vida das pessoas, as produções passam por um momento de transição para esse meio. Esta é a pauta abordada no artigo de Mirian Rossini e Aline Renner, as quais utilizam a evolução do Netflix como exemplo.
Com o advento da televisão e, posteriormente, o VHS e o DVD, as noções de consumo doméstico e privado de filmes tiveram suas primeiras modificações, tornando a sala de cinema apenas mais um dos espaços disponíveis para se assistir as produções. Para o Netflix, não foi diferente.
A empresa que teve início em 1997, nos Estados Unidos, começou como uma distribuidora de DVDs. Com em média mil títulos presentes no catálogo online, ela enviava os conteúdos por correio após serem alugados. Após aderir ao sistema de assinaturas e estas alcançarem os 4,2 milhões de assinantes, o Netflix teve sua primeira grande inovação: a disponibilização de filmes on demand via streaming, em 2007.
A partir daí o serviço, que estava disponível apenas através do site da empresa, se expandiu para diversos aparelhos que possuíssem acesso à rede, como o Xbox, P2P, Internet TV, dentre outros. Em 2010, já se encontrava disponível em um aplicativo para aparelhos mobile, como smartphones e tablets.
“Simultaneamente, o Netflix realizava acordos com produtoras e distribuidoras dos conteúdos de cinema e televisão como Paramount, Sony, Disney, MGM, Miramax, BBC e Warner, aumentando significativamente seu catálogo online. ”

Um dos pontos que o Netflix soube aproveitar muito bem (ao meu ver) foi o tempo que um filme demora a chegar nas telas de tv, após seu lançamento nos cinemas. Ao fazer acordos com estúdios de cinema e distribuidoras de conteúdo televisivo, a empresa conseguia reduzir o tempo de espera para disponibilizar as produções em seu catálogo. Posteriormente, o Netflix iniciou a produção de conteúdo próprio, o qual tornava disponível “tudo de uma só vez”, contrariando a maneira tradicional televisiva (um episódio por semana). Isso dava ao assinante a liberdade de poder assistir quando e em que ordem quiser.
Uma das reflexões propostas pelas autoras é o futuro do cinema, tendo em vista os avanços das empresas de on demand via streaming. Para mim, o cinema nunca vai deixar de existir pois, por mais que tenhamos a comodidade de assistirmos a grandes filmes em casa, não terá a influência do local, a famosa “magia do cinema”. É a mesma lógica de jantar fora: todos temos a liberdade de jantar em casa, mas o clima e a emoção proporcionada pelos restaurantes, ainda mais em ocasiões especiais, sempre dará um toque a mais ao evento.

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