Texto proposto para discussão da aula do dia 6 de abril. Diversos pontos de vista e argumentos foram levantados. Inclusive o meu:
Quando tomamos a decisão de entrar para a faculdade de jornalismo e a comunicamos às pessoas - especialmente familiares - , dentre as frases que ouvimos com mais frequência, estão: "sério? as pessoas estão deixado de ler jornais, o jornalismo vai morrer" e "você vai morrer de fome". Sim, o jornal impresso está se tornando obsoleto, não o jornalismo; e sim, existe uma certa dificuldade em atingirmos um salário considerado ideal logo que ingressamos no mercado jornalístico, mas não quer dizer que isso seja impossível.
Quando tomamos a decisão de entrar para a faculdade de jornalismo e a comunicamos às pessoas - especialmente familiares - , dentre as frases que ouvimos com mais frequência, estão: "sério? as pessoas estão deixado de ler jornais, o jornalismo vai morrer" e "você vai morrer de fome". Sim, o jornal impresso está se tornando obsoleto, não o jornalismo; e sim, existe uma certa dificuldade em atingirmos um salário considerado ideal logo que ingressamos no mercado jornalístico, mas não quer dizer que isso seja impossível.
É inegável a crescente substituição do rádio e da televisão por meios virtuais na busca por informações. Ou seja, mais pessoas pesquisam conteúdo em plataformas que não se responsabilizam por sua criação - apenas divulgação - sem compromisso algum com a veracidade dos fatos, como por exemplo, o Google, o Youtube, o Twitter e o Facebook. É o terreno perfeito para a mídia sensacionalista, que investe nas famosas Fake News ou títulos com recortes que muitas vezes não são abordados nas matérias de fato, apenas para ganhar "cliques".
No cenário atual, em que as pessoas pouco fazem assinaturas e priorizam a instantaneidade, elas não estão dispostas a ler uma longa reportagem se outro texto pode lhes fornecer o mesmo em poucas linhas. A internet torna-se comparável a um fórum, onde todos são doutores, todos tem algo a dizer sobre qualquer assunto. No final, sempre sobram dois lados radicais: os que concordam e os que discordam. Seja em pequenas ou grandes proporções, é sempre o mesmo final. E, afinal, quem está certo?
É diante dessa realidade que devemos questionar o real valor do jornalismo. Não o valor monetário, pois disso as grandes empresas e emissoras já se encarregaram a muito tempo, preocupadas apenas com o numero de assinantes e o quanto vendem seus jornais. O resultado foi um jornalismo preocupado com o que as pessoas irão "gostar ou não gostar", não com o que elas realmente precisam. Estamos, enfim, falando de valor humanitário. Está na hora de nos propormos novos questionamentos. O que o jornalismo tem a contribuir com o mundo?
Acredito que, devido ao consumo diário a um exagerado volume de conteúdo, é fácil que algum boato nos passe despercebido. Principalmente se tratando de jovens, que acessam quase que exclusivamente plataformas virtuais, muitas vezes desconhecem o valor de uma boa noticia. A culpa não é da tecnologia, muito menos das pessoas. A culpa é nossa. Nós, jornalistas, esquecemos do valor da nossa profissão para com a sociedade. E se não soubermos exatamente a nossa importância, como poderemos transmiti-la?
Passamos muito tempo estagnados, mas é hora de acompanharmos a revolução tecnológica. Focar em plataformas, não em empresas. Priorizar e saber informar o que as pessoas precisam, sem que elas percebam isso - ou seja, de uma maneira criativa. O jornalismo não é uma profissão em decadência. Sem jornalismo não há democracia, pois ele dá voz a todas as camadas da sociedade, ele denuncia as falhas que nela ocorrem. É o veículo para grandes mudanças. O jornalismo não está em decadência - está se transformando, renascendo.
Valentina Rodrigues
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