Como era de se esperar, o crescente numero de besteiras ditas pelo então Presidente, Donald Trump, era sim proposital. No livro Trump: A Arte da Negociação, publicado em 1987, ele revela como manipulou jornalistas a seu favor, tirando proveito inclusive de notícias ruins:
O erro dos jornalistas foi querer publicar cada barbariedade dita pelo candidato, sem a devida e necessária aprovação. Foi querer correr e divulgar primeiro, sem o comprometimento com a qualidade dos materiais que estavam disponibilizando. Trump atingiu seu objetivo, e foi eleito. Nunca antes houve uma quantidade tão esparsa das chamadas Fake News, tal como posterior aumento exorbitante de assinaturas de jornais nos Estados Unidos. As pessoas estão carentes de boa informação, cansadas de um jornalismo superficial, sensacionalista, que se preocupa apenas em dar furos. Há uma deficiência na preocupação com a necessidade do leitor, com o que ele precisa de fato ter conhecimento."Se me perguntam qual o lado negativo de construir o maior prédio do mundo, eu mudo o discurso para o lado positivo, dizendo que Nova York merece o prédio mais alto do mundo, que vai bombar a cidade e recuperar o prestígio do passado. Se me perguntam por que só faço obra para rico, eu digo que não é só para rico. Meus empreendimentos beneficiam milhares de pessoas que poderiam estar desempregadas, mas estão trabalhando na construção, e isso faz co que eu pague mais impostos para a cidade. [...] Eu mexo com a fantasia das pessoas. Elas não costumam pensar grande sobre si mesmas, mas adoram quem se comporta assim. É por isso que um exagero nunca faz mal. Elas querem acreditar no grande, no maravilhoso, no espetacular. Chamo isso de hipérbole verdadeira. É uma forma inocente de exagero, mas muito boa para autopromoção."
Por fim, a urgência em resgatar as raízes, a essência do jornalismo, nunca foi tão clara como é agora, após Trump. Para o editor do Washington Post, Martin Baron, "o jornalismo não é dizer que uma casa está pegando fogo. É saber por que a casa está pegando fogo. É denunciar a pedofilia na Igreja Católica, mas ainda mais importante é entender por que as autoridades encobrem esse fato."
As vezes é preciso retornar ao passado para salvar um possível futuro. Para mim, é desse regresso que o jornalismo precisa. "Um passo para trás para que hajam dois à frente."
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